O TERCEIRO FUNERAL DE D. SEBASTIÃO (1582)

De acordo com a maior parte dos testemunhos presenciais mais credíveis, D. Sebastião morreu no final da batalha de alcácer Quibir.
O corpo, resgatado no dia seguinta à batalha, recebeu a sua primeira sepultura na casa do Alcaide da cidade de Ksar el Kebir, para depois ser trasladado para Ceuta, onde foi sepultado da catedral a 10 de Dezembro de 1578. Só 5 anos depois, depois de afirmada a posse do reino pela via militar, o terceiro funeral de D. Sebastião confirmaria o seu tio como sucessor da coroa de Portugal.

Fontes primárias
BAIÃO, José Pereira, Portugal cuidadoso e lastimado, com a vida e perda, do senhor rey D. Sebastião o desejado de saudosa memória, Lisboa, António de Sousa da Sylva, 1737
SOARES, Pero Roiz, Memorial, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1953

Bibliografia
BELO, André, Morte e ficção do rei D. Sebastião, Lisboa, Tinta-da-China, 2021
SOUSA, Luís Costa e, Alcácer Quibir, 1578: visão ou delírio de um rei?, Lisboa, Tribuna, 2009

7 Novembro 1582: Faro


No dias 7 de Novembro de 1582, uma armada composta pelas galés da Sicília proveniente de Ceuta e comandada pelo duque de Medina Sidónia, fez desembaracar o corpo do rei D. Sebastião.
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9 de Dezembro 1582: Évora


No dia 7 de Dezembro de 1582 chegou a Évora o cortejo com o corpo de D. Sebastião. Na sé da cidade, depois da cerimónia presidida pelo arcebispo D. Teotónio de Bragança, juntaram-se na urna do rei as ossadas de vários infantes e infantas. O cortejo saíu de Évora no dia 11, dirigindo-se para Lisboa.[+]

20-21 Dezembro 1588: Belém


Chegado o cortejo a Lisboa a 21, no dia seguinte realizaram-se as exéquias do rei D. Sebastião no mosteiro dos Jerónimos, na presença do novo monarca, Filipe I. As ossadas foram depois sepultadas no transepto da igreja.
No dia 13 de Janeitro, Filipe I foi jurado rei de Portugal no paço da Ribeira de onde, quatro anos antes, o Desejado tinha partido para a sua derradeira jornada de África. 

100 anos mais tarde, as ossadas foram de novo exumadas, para seram depositadas no mausoléu que que hoje ainda se encontra no braço direito do transepto.[+]