Este quadro, que possui interessantes semelhanças com a tela “Vista da Rua Nova dos Mercadores”, mostra a coexistência das armas no quotidiano da cidade de Lisboa da segunda metade do século XVI.
O artista representa espadas com guarda de laço, provavelmente “rapieiras”, tipologia que em Espanha também se designava como “espada ropera” – provavelmente em alusão ao facto de, frequentemente, ser elemento integrante do vestuário da época. Detalhe curioso, um homem (grupo em segundo plano, no lado esquerdo) introduz a sua arma na respectiva “bainha”.
Podemos ver vários homens armados com “lanças” que ostentam uma lâmina larga e comprida, ornadas com o que parece ser uma “borla” vermelha, tipologia reminiscente das descrições de armas de guerra que podemos ler em autores como Luís Mendes de Vasconcelos. Não se trata, portanto, de um adereço elegante, pelo que os respectivos utilizadores podem representar “quadrilheiros”; a este propósito, menciona-se um detalhe curioso: no lado esquerdo da composição (quase no final do retábulo), vemos dois homens que levam um negro em (eventual) estado de embriaguês; ambos vestem de forma idêntica, “gorra” vermelha com “penacho” branco, e possuem um mesmo distintivo – que ainda não foi possível identificar - no ombro esquerdo. 
No primeiro plano do lado direito podemos identificar um homem armado com “arcabuz” de “coronha”direita, do tipo alemão, e o respectivo ”polvorinho”.
Os homens a cavalo apresentam algumas características interessantes, nomeadamente os arreios das montadas, profusamente decorada, mas que se assemelham às figuras equestres das gravuras de Miguel Leitão de Andrada. Uma curiosidade adicional é o cavaleiro negro que exibe uma cruz da Ordem de Santiago.