Representação escultórica à escala natural de um cavaleiro apeado de meados do século XVI, como o sugere o “calção de racha” com que está vestido, peça de vestuário é idêntica às figuras representadas nas “tapeçarias da série de D João de Castro”, datadas de 1555-1560. Tratar-se-á, portanto, de uma escultura executada durante a campanha edificatória atribuída a Diogo de Torralva (1558-64). Peça interessante, à qual se pode vincular – pelo menos em termos meramente formais – a “estátua jacente do cavaleiro Gaspar Fragoso”, na igreja do convento de São Francisco, Portalegre.
O cavaleiro enverga uma armadura completa compreendendo uma “celada” fechada com “viseira” móvel e “penacho”, “cossolete” e “espaldar”, “braçais”, “manoplas”, “coxotes”, “grevas” e “escarpes”. Nos ombros, em substituição dos “guarda-braços” é visível parte do vestuário com as rachas do “calção”. A armadura está decorada “al antico”: no “peito” dois florões de desenho rebuscado, com semelhança a peças italianas como o “cossolete” da “armadura de D. Teodósio II” exposto no Paço ducal de Vila Viçosa; “grotescos” antropomórficos nas articulações dos braços e pernas. Está armado com “lança” com um “cordão e borlas”, sugerindo uma arma de comando do tipo “venábulo”.