O conjunto de frescos no palácio ducal de Vila Viçosa representa a conquista de Azamor pelo duque de Bragança D. Jaime (1479-1532) em 1513. O fresco que hoje subsiste é, provavelmente, da autoria de André Peres, pintor do sétimo duque D. Teodósio II (1568-1630). Trata-se da última de várias intervenções, cuja feitura recua a época anterior à visita do cardeal Alexandrino, em 1571.
Os frescos constituem a fonte iconográfica mais completa sobre os vários aspectos da arte militar portuguesa da segunda metade do século XVI: estão representados tipos de soldados e tipologias de armamento, formaturas militares, navios, artilharia e fortificação, enfim, todos os elementos operacionais de um exército em campanha.
Em primeiro lugar, retrata-se o acontecimento, isto é, a conquista de Azamor no ano de 1513; o desembarque das tropas em Mazagão, a marcha do exército até ao objectivo - acompanhado pela frota, posicionada ao largo - e o cerco à cidade. Em paralelo, descreve-se o aspecto dos soldados na época da feitura dos frescos: a segunda metade do século XVI. Estamos, assim, perante duas narrativas paralelas, que nos remetem para cronologias distintas.